sábado, 18 de dezembro de 2010

PAISAGENS... onde o negro é cor

 Foto de João Tuna

"Antes de ser PAISAGENS… onde o negro é cor, esta nova criação da Companhia Paulo Ribeiro circulou em documentos de trabalho com o títuloDedicatórias – 2010, sinalizando desde logo o conceito que a animava: dedicar um solo a cada uma das cidades que aderiram ao projecto, partindo das suas marcas identitárias. Ao longo do processo de trabalho, o conceito foi evoluindo do “retrato individual” para a “fotografia de conjunto”, isto porque as idiossincrasias se esbateram e acabou por emergir um território comum a todas elas: a qualidade humana dos encontros que se foram fazendo. As dedicatórias mantêm um destinatário reconhecível, mas PAISAGENS… é agora uma cartografia dançada sobre a identidade e a geografia sentimental de oito cidades portuguesas. O resultado final, segundo Paulo Ribeiro, “respeita os solos na íntegra, mas também os desconstrói, abrindo o leque de composições coreográficas”. Leonor Keil – de quem já se disse que era “muito provavelmente, a melhor bailarina do mundo” – é co-criadora e intérprete do solo dedicado ao Porto. Seremos capazes de a merecer?"

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Omara Portuondo & David Murray@Casa da Música


Numa sala quase cheia Omara Portuondo juntou-se a David Murray  para prestar homenagem a Nat King Cole.
Omara que chegou a actuar com Nat King Cole em Havana, foi convidada por David Murray para este espectáculo único na Casa da Música!! 
Eu, como espectadora do concerto, agradeço imenso pelos momentos extraordinários desta noite mágica e feita de recordações, "Quizas, Quizas, Quizas" na abertura, "Cachito" a meio e "Aqui se habla en amor" e com passagem por Amália Rodrigues "Casa Portuguesa", que Omara Portuondo fez questão de cantarolar.
Divinal, sublime... no more words to describe!!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Gustavia

Foto de João Tuna


"Gustavia é um diálogo entre duas coreógrafas maduras, sozinhas num palco, frente a frente, duas cabeças diferentes apoiadas num mesmo corpo: andrógino, pernas compridas, cabelos claros. Mais do que um dueto, é um solo para dois corpos. Gustavia também é nome de mulher, mas é sobretudo um nome artístico.La Ribot: “É um clown sexual, uma amazona futurista. Ela evoca todos os fantasmas da mulher livre”. Mathilde Monnier: “É uma mulher contemporânea, paradoxal e contraditória”. Também é uma personagem que nos fala do palco e dos seus códigos, a esboçar um retrato do artista enquanto figura ridícula, que tropeça, cai e recomeça, sempre a transformar a incompetência em competência, sempre a pedir um pouco da nossa atenção. O burlesco é uma energia indisciplinada, que atravessa todas as artes sem se deixar aprisionar numa forma precisa e estável. Gustavia é um vaudeville burlesco. Duas mulheres trágicas e cómicas caminham de saltos altos num terreno acidentado. Procuram uma espécie de paraíso perdido – a infância e o riso, toca e foge, Bucha e Estica."