"Purificados também é uma reflexão sobre a minha própria vida.
Sem que seja no entanto autobiográfico. Numa passagem de Fragmentos de um Discurso Amoroso, Roland Barthes diz que a situação de um apaixonado infeliz é comparável à de um prisioneiro de Dachau. Comecei por ficar muito indignada com esta comparação, parecia-me impossível que os sofrimentos do amor pudessem ser tão terríveis quanto os de um campo de concentração. Mas depois de muito reflectir, compreendi melhor o que Roland Barthes quer dizer. Ele fala da perda de si. Quando alguém se perde de si próprio, o que é que ainda lhe resta? Desembocamos numa ausência total de saída, numa espécie de loucura."
Sarah Kane
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