quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sombras


Foto de João Tuna

"Sombras de Ricardo Pais é e não é teatro. Tem o seu coração no Fado e inclui composições originais de Mário Laginha, mas – ao contrário do que acontecia em Raízes Rurais. Paixões Urbanas (1997) e Cabelo Branco é Saudade (2005) – a lógica dramatúrgica não advém exclusivamente da música. Sombrasassenta num apurado guião de textos onde Frei Luís de Sousa e Castro detêm um valor matricial, e é atravessado pelos nossos fantasmas lendários, o gosto das pequenas histórias, a melancolia das variedades, o vigor do fandango, o prazer cénico de experimentar os opostos, o desdobramento dos olhares sobre nós próprios – e a força percussiva da mais alta literatura dramática. Após a assombrosa recepção em Novembro passado, e antecedendo a apresentação no Théâtre de la Ville (Paris), Sombras reaparece no seu palco originário. Três oportunidades apenas para avaliar da materialidade destes assombramentos e incandescências da nossa natureza teimosa e paradoxal. Definitivamente, como se dizia a propósito de Fados (1994), do mesmíssimo e sempre diferente Ricardo Pais, “a nossa alma é uma coisa concreta”."


"Com Sombras, somos ao mesmo tempo fadistas e fandangueiros, cantando e rindo em cima desses mortos-vivos que edificaram Portugal – mas também em cima do património pessoal e colectivo que, desde Ninguém e Saudades: Um Hetero-Cabaret-Erosatírico, experiências fundadoras de 1978, Ricardo Pais foi construindo, e portanto descontruindo. Sombras – A nossa tristeza é uma imensa alegria é o último capítulo desta descida aos abismos do modo de ser português que nas mãos de qualquer outra pessoa podia ser só uma operação demolidora, mas que nas mãos de Ricardo Pais também tem um efeito regenerador. […] É um dos espectáculos mais complexos de Ricardo Pais – um prodígio de engenharia teatral."
Inês Nadais – Público (19 Nov. 2010)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

T3+1


Hoje é dia para saudar o 13. Os 13 anos, o dia 13... 13, o número simplesmente, porque muito me fez rir e perante um encenador-actor que brilha mesmo no escuro e que nos enternece mesmo quando se revela fraco e com medo que a "mulher" possa chegar a qualquer momento.
Esta peça, teve para mim ligações perfeitas, não só pelo que vi, mas por tudo o que vivi.


T3+1 no TECA até 21 de Novembro


"Onde há arte, onde há talento, não há velhice, nem solidão, nem doença e a própria morte só existe pela metade... "

domingo, 7 de novembro de 2010

Debashish Bhattacharya

Fonte
Costumo ouvir que "Não há coincidências!" e que poderia eu esperar quando concorri ao passatempo promovido pelo JPN para ganhar 2 bilhetes para um concerto na Casa da Música, sem sequer ter ouvido uma música?
O que esperava ao certo não sei, mas acabei por ganhar os bilhetes e assim uma nova forma de passar um Domingo à noite que não numa sala em frente ao computador e com a TV ao fundo ligada para me fazer sentir algo semelhante a "uma companhia".
A world music costuma ser do meu agrado e quase todos os concertos nesta categoria a que assisti na Casa da Música, foram uma excelente surpresa.
Este acabou por não fugir à regra e a guitarra slide hindustandi fez-me viajar durante uma hora e meia por um país distante do meu, onde imaginei a vida, as cores, os sabores e pude ter nesse meu imaginário um cheiro bom, que tanto foge às declarações dos visitantes da Índia.
Acompanhado por Prabhu Eduarde nas tablas, Debashish não só celebrou o amor, como me deixou cá dentro uma sensação de paz e felicidade... aquilo que eu tanto precisava. E por isso quando penso que não há coincidências, só me ocorre que as nossas escolhas, ainda que impensadas vão de encontro às nossas necessidades, mesmo quando à partida nada assim o indica.

Para ouvir