Carimbo de entrada
Esta sexta-feira fui prendada com um concerto de Blues no Hard Club, Porto. Costumo ter alguma sorte em Passatempos, sobretudo se eles implicam o envio rápido de e-mails... começa a ser hábito que a participação resulte no meu nome na lista de vencedores, e desconfio que um dia que concorra e não vença vou sentir uma profunda desilusão ou acreditar seriamente que "falsificaram" os resultados. É como se tivesse adquirido um quase estatuto neste tipo de passatempos!! Brincadeiras à parte, o convite que veio em forma de carimbo, levou-me pela primeira vez ao Hard Club, depois de um dia todo a fazer arrumações em casa e em que a preguiça só não venceu, porque seria injusto ter ganho um convite e depois não ir, quando com certeza, muitos outros gostariam de lá estar. E ainda bem...
Conhecia o guitarrista de nome e de ter ouvido alguns comentários positivos, bem como de ter visto alguns vídeos no youtube.
Nenhum dos comentários ou vídeos faz jus aquilo a que tive o privilégio de assistir, sobretudo sabendo que se trata de um artista nacional, é um motivo de orgulho saber que naquele palco, a tocar daquela forma, estava um português.
Acompanhado por 2 músicos brasileiros, Markus Britto no baixo e Milton Batera na bateria, Joel Xavier que tocou com músicos como Herbie Hancock, Paquito d'Rivera e Chucho Valdés, deixou a plateia, em que me incluía, deliciada com a qualidade do espectáculo.
Sempre animado e de grande qualidade, o concerto manteve a plateia a dançar ou simplesmente e admirar o espectáculo musical.
No encore ainda fomos presenteados com "Hit the Road Jack...", música original de Percy Mayfield, que se tornou conhecida pela voz de Ray Charles e que todo o público fez questão de acompanhar de forma animada.
Joel Xavier, agradeceu ao Hard Club o convite e lamentou nestes 20 anos de carreira ter vindo tão poucas vezes ao Porto. Agradeceu também ao público e sem qualquer vedetismo, mostrou-se disponível para conversar, autografar CDs ou mesmo um papel a quem quisesse, bastava que o esperassem na entrada.
Eu fiquei encantada com a forma simples e diria única como ele se mostrou acessível, não me lembro de ter assistido a um espectáculo tão magnífico e no final o artista se ter mostrado tão disponível. Apetece-me culpar as entidades responsáveis pela organização de concertos e distribuidoras por se esquecerem tantas vezes dos verdadeiros artistas neste país e os manterem "na penumbra" de grandes nomes internacionais que muitas vezes, ao vivo, só desiludem.
Agradeço também eu ao Hard Club, pelo convite que recebi e sobretudo por ter trazido o Joel Xavier ao Porto.
Obrigada!