E depois de 1 mês e uma semana no Qatar, fui pela primeira vez ao Hotel que tanto se fala por cá, Intercontinental. Às terças e quartas a entrada para a piscina e praia privada é gratuita, bebidas e refeições com desconto, ou seja, a oferta é quase irrecusável, quando as folgas nos permitem.
Ontem, as razões para aproveitar a tarde da melhor forma, eram mais do que muitas. Domingo tive o meu penúltimo exame escrito e ontem finalizei a parte prática da melhor forma.
Senti-me literalmente no Paraíso ao ponto da minha roomie dizer "Parece que estás nas Seychelles! Quando lá fores vais ver o que é mar" (e não é que a realidade pode estar próxima?! Estranho pensar nisso, sempre pareceu tão distante uma ida às Seychelles, às Maldivas... Enfim!)
O alívio que senti, depois de tantos dias de estudo pediam um mergulho no mar. Calor por aqui não falta. 40ºC para cima, todos os dias!
Dias inteiros de folga em casa a ler, devido aos sintomas de Fatigue que me têm acompanhado, o que dificulta em muito o trabalho de memória necessário, fazem-me saborear o dia de forma ainda mais intensa. De qualquer forma tem corrido tudo bem e só me posso sentir feliz.
Depois de um mês, a sensação de mudança já assentou, esta é a minha nova realidade e sinto-me a viver bem com ela. Gosto de aqui estar.
Quando soube que ia partilhar casa com 2 pessoas, confesso que fiquei apreensiva. Quase 10 anos a morar sozinha, tornaram esta nova experiência um desafio ainda maior. É fácil perceber que quem está habituado a ter o seu espaço, e especialmente uma maníaca da arrumação e limpeza como eu, tenha dificuldade em partilhar o espaço com alguém que nunca viu na vida, especialmente quando o "embrulho" vem a dobrar.
Pois bem, essa tem sido a maior vantagem! Tive a sorte de ter duas companheiras de casa com quem me dou muito bem, com quem saio, converso, que me fazem comida, me trazem chá quando estou a estudar, me fazem rir e não me deixam sentir sozinha. Uma delas indiana, e outra mexicana. Nunca pensei que me adaptaria tão bem a morar com alguém, mas apesar de andar sempre de vassoura em punho, agradeço por não estar sozinha. Sinto falta da minha família e dos meus amigos, das conversas, do carinho e estas duas pessoas são as que me ajudam a superar a saudade.
A pressão de me sair bem nos exames, de saber tudo, de tirar 100% às vezes faz-me bloquear.
A perfeição em tudo, não dá!
O ser humano falha, o ser humano pode errar e isso não significa que não seja bom. Às vezes preciso respirar fundo e não exigir tanto de mim.
Tenho experimentado imensos pratos diferentes, especialmente indianos e lá me vou habituando à comida picante! É um desafio constante. :)
Ontem quando vim da praia, ainda fiz um bolo aqui para casa que foi bastante apreciado, o que me deixa muito satisfeita! Diariamente é uma partilha de experiências e isso é muito bom.
Mas a maior mudança tem a ver com a chamada atração. Pois bem, aqui os homens são diferentes, na sua maioria representam uma realidade que não estava habituada. Árabes ou indianos em maioria, não são propriamente o género de homens a que estava habituada ou que me atraiam particularmente. Sendo que não ando à procura de nada, realizei no final do primeiro mês, que a falta de ver pessoas do sexo oposto que me atraiam minimamente faz uma diferença enorme. A atenção é dobrada quando aparece alguém que represente minimamente o padrão que me atrai e isso significa que os pequenos defeitos que me habituei a desdenhar, percam a importância, tais como a altura.
A necessidade do ser humano é interessante, só nos apercebemos daquilo que nos faz falta, quando não temos. O simples fato de olhar para alguém e gostar de um sorriso, de um olhar que era tão banal, aqui não acontece (no meu caso).
Não há falta de homens a tentar fazer qualquer mulher feliz (nem que seja temporariamente) com prendas caras (como carros e anéis de diamantes), passeios de barco, especialmente os libaneses... há falta de ver homens atraentes (para não dizer normais, porque isso é uma questão cultural) no dia a dia, há falta daquilo a que nos habituamos, os que não dão prendas, mas têm charme. E mesmo não querendo nenhuma relação, faz falta encontrar um olhar perdido no passeio e esboçar um sorriso, depois de sentir aquele perfume familiar. O charme, o sorriso, o cheiro... e como com tudo, o tempo fará com que a os gostos se adaptem aquilo que me rodeia. O que me rodeia é nada mais, nada menos que o MUNDO! :)
No final de Junho "ganho" asas e em Julho estarei a voar!
Hello World, I'm looking forward to meet you! :)
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