terça-feira, 31 de março de 2009

As 3 mosqueteiras

Museu Colecção Berardo - CCB - Lisboa

Neste momento ainda tenho a sensação que estás lá no fundo da rua, a arrumar as revistas e jornais do fim de semana, a ler um artigo ou a escolher mais uma foto para ilustrar o texto que acabaste de escrever...
As 2 que ficamos, sabemos que a distância não impossibilita o diálogo, o apoio, o pensamento e a partilha... mas os jantares, as saídas, as alegrias e as tristezas não serão plenas... falta-nos a 3.ª mosqueteira!
Guardamos as espadas com a certeza que a "luta" regressará em breve e em todo o esplendor.
Entretanto manteremos o pacto de felicidade, da resistência aos sorrisos "Cheshire cat", aos acenos no meio do trânsito, e às falhas de personalidade.
Aguardamos aquela noite amena para provarmos o Tanqueray juntas e quem sabe aquela companhia masculina que tanto nos fez rir e nos consolou a alma...
Esperamos a altura certa para mentirmos acerca da nossa profissão e jurarmos por tudo que somos cabeleireiras... nada de profissões que causem atrito!
Sabemos que é tudo por uma boa causa e afinal daqui a pouco também estarei aí, deixando Athos, Porthos ou Aramis entregue ao seu trabalho, para que me possas mostrar essa cidade desconhecida e todas as outras coisas que decerto vais descobrir...
Aproveita...
"Uma por todas e todas por uma!"
Bis gleich!

quinta-feira, 26 de março de 2009

Pintar a Vida


Acordar numa manhã de Verão ou de Inverno, mas sempre com uma enorme vontade de fazer daquele dia, o melhor de todos. Olhar para o branco das paredes de um quarto quase vazio e imaginar nelas quadros vermelho-púrpura, com toques de purpurina e aquela foto em que sorrio, mesmo sem saber que estou a ser fotografada. É assim que quero ser, alguém que sorri sempre, mesmo quando os dias não correm tão bem.
Quero olhar para o outro lado na minha cama e sorrir ao ver o local intacto.
Ter despudor de estar sozinha, porque como alguém disse “estar só, não é sinónimo de se ser só” e eu não sou só, estou apenas sozinha.
Por vezes, temos de fazer opções na vida e embora muitas vezes nos deixemos reger por aquilo que é tido como socialmente correcto no padrão das relações pessoais, eu sou tida como anti-social nesse aspecto.
O normal, para os “comuns”, não é viver só, embora hoje em dia haja cada vez mais pessoas a fazê-lo. No entanto, muitos assumem isso como um ponto negativo, uma fraqueza, algo a ser colmatado num futuro próximo.
Assumo, pela minha experiência que viver sozinha, para mim, é algo muito benéfico e extremamente estimulante. É óbvio que não passo o dia sozinha, mas naquele momento em que entro naquele espaço que considero o meu santuário e que é a minha casa, sinto uma paz imensa.
Não sou de me reger por estereótipos e isso espelha-se também nas minhas relações.
Ter muitos amigos não é sinónimo de se ser boa pessoa. Para mim o mais importante é ter bons amigos. A amizade tem para mim um valor incalculável e como todas as coisas com valor incalculável, acabam por ser poucas, mas genuínas. Cada amigo com o seu estilo, uns mais extrovertidos outros mais pacatos, presentes em diversos momentos da minha vida, mas aquele a quem passo a considerar amigo, dificilmente deixa de o ser. Uns mais ausentes, outros mais presentes, mas todos no meu coração.
No Amor consigo ser ainda mais restrita. Tive algumas paixões, alguns supostos “clicks” à primeira vista, mas Amor, Amor… senti… sinto… vivo apaixonada…, porque viver sem amor, para mim não é viver. Só esse alguém, conhece todas as minhas “máscaras”, as minhas fraquezas, aquela faceta que só mostramos às pessoas especiais.
(...)
Talvez um dia consiga ser hedónica por vocação e não apenas por desejo e dar primazia ao prazer, evitando sobretudo aquilo que é desagradável…simplificando as coisas e não complicando.
Queria sim, ter a oportunidade de fazer na minha vida tudo aquilo que gosto e viver cada momento como se fosse o último. Ser talvez como a Efémera, que está muito em voga, e ao fim do dia, em vez de me apaixonar como faz a Efémera no spot, sentar-me numa cadeira de baloiço ao luar e enviar numa estrela-cadente, um beijo para aquele alguém especial que se encontra algures, com a certeza que é muito querido. No pensamento desse alguém, quero estar a sorrir, porque, citando-me a mim mesma, “é a sorrir que vou conquistar aquilo que quero”!!
Texto de 2 Novembro de 2005

sexta-feira, 20 de março de 2009

Tambores na Noite


Em mais uma noite de estreia juntam-se os amigos na noita amena de sexta-feira e durante o jantar já se podiam ouvir os Tambores ao longe a anunciar a Revolução.
Desta vez, deixo um excerto da peça:

Criado:
O amante da pele de crocodilo vindo de África esperou quatro anos e a noiva ainda segura o lírio na mão. Mas o outro amante, um homem de botas abotoadas, não a liberta e a noiva que ainda segura o lírio na mão não sabe com qual deles há-de ir.

Voz:
Mais nada?

Criado:
A revolução nos bairros da imprensa também entra na história e, além disso, ainda há um segredo que a noiva tem e que o amante de África que esperou quatro anos não sabe. Ainda não há resultados à vista.

Voz:
Ainda nada se decidiu?

Criado:
Ainda não há resultados à vista.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Os pedaços que ficam...

Studio Film Club Collection by Peter Doig - Shirn Kunsthalle, Frankfurt

Quero dizer-te uma coisa simples:

a tua ausência dói-me.
Refiro-me a essa dor que não magoa, que se limita à alma;
mas que não deixa, por isso,
de deixar alguns sinais -
um peso nos olhos, no lugar da tua imagem, e um vazio nas mãos.
Como se as tuas mãos lhes tivessem roubado o tacto.
São estas as formas do amor,
podia dizer-te; e acrescentar que as coisas simples
também podem ser complicadas,
quando nos damos conta da diferença entre
o sonho e a realidade.
Porém, é o sonho que me traz a tua memória;
e a realidade aproxima-me de ti,
agora que os dias correm mais depressa,
e as palavras ficam presas numa refracção de instantes,
quando a tua voz me chama de dentro de mim -
e me faz responder-te uma coisa simples,
como dizer que a tua ausência me dói.


Nuno Júdice

A memória que traz de volta os momentos felizes, os abraços, os beijos, o carinho... o AMOR! Aquilo que o tempo não deixa mais ir buscar...
A vontade já não persiste na ânsia de um momento irrepetível, aprecio o presente, com o olhar de observadora distante das paixões.
Apaixonada, sinto-me burra e ando com ânsia da intelectualidade demasiado racional... aprecio as fases distintas da vida, mas denoto que me cai a saudade para a intensidade dos momentos... aqueles momentos tão únicos, tão nossos...
Voltarei, não para ti, mas para as paixões!

sábado, 14 de março de 2009

Janis e a Tartaruga


Fonte

"Janis é uma jovem à boleia pelas estradas de um país em mudança. A força interior que a acompanha nesta viagem é apenas um reflexo de uma geração que incorporou a mudança social como o maior dos desejos colectivos.
Janis é a voz de uma juventude que procurou encontrar-se a si própria através do excesso e que procurou na diferença um manifesto para a auto-afirmação. O espaço-tempo desta peça encontra frente-a-frente as drogas e a libertação sexual, a música rebelde e os sentimentos anti-guerra, a luta anti-racista e o alcance de uma existência mais verdadeira."

Tiro o chapéu à actriz Filomena Cautela por esta interpretação, pois estar sozinha em palco, ouvir umas bocas de uns "infiltrados" com menos educação e mesmo assim nunca perder o fio à meada é de louvar. Gostei muito!
De seguida as 5 donzelas foram saborear a Vida de Princesa enquanto os cavalheiros foram cear algo substancial para depois irmos tocar à campainha do número 85 da Rua do Breyner e ouvir a banda Humus que a mim, me agradou bastante (Parabéns Diogo).
E eu, lá consegui sair à noite! :-)

quinta-feira, 12 de março de 2009

Caveman


11 Março 2009 - Rivoli
Ele disse-lhe:
- O problema é que tu queres risotto todos os dias!

Ela, depois de reflectir, respondeu apenas:
- Eu não quero risotto todos os dias... eu apenas quero, que cada vez que como risotto, ele esteja muito bem condimentado!

E isso, ele nunca iria perceber... e no fundo, ela já não estava à espera disso!

terça-feira, 10 de março de 2009

A Casa dos Budas Ditosos



Assim como temos momentos que marcam a nossa vida, existem livros que marcam a diferença pela forma como comovem ou pela sua audácia. Tendo em conta esta última recordo-me de, na altura em que terminei a licenciatura, fazer esporadicamente viagens para o Porto, nas quais visitava o quiosque do chá no Península para saborear o jasmim e fazer companhia à menina do chá, a minha linda amiga Fer.
Numa dessas tardes divertimo-nos imenso à custa do livro que ela estava a ler "A Casa dos Budas Ditosos"! Este livro de João Ubaldo Ribeiro, fazia parte da colecção Plenos Pecados e retratava a Luxúria de um forma desprovida de tabús, é um depoimento socio-histórico-lítero pornô, como nos refere CLB, uma mulher de 68 anos que protagoniza a história.
O livro que inspirou a peça com o mesmo nome, interpretada por Fernanda Torres e que chegou a estar em cena no TNSJ (até hoje tenho pena de não ter visto), conta-nos as memórias, maioritariamente sexuais da senhora ,com toques libertinos, picantes, arrojados.
Pude ler o livro depois e nunca mais me saiu da memória a audácia. Quis tê-lo, mas a edição portuguesa ficava muito aquém da brasileira em termos de ilustração, material (porque o design também conta)... então decidi esperar pela hipótese de ter o original.
Esperei mais de 4 anos e ele chegou em jeito de prenda muito querida, transportada por musas demoníacas em fuga do quotidiano e agora ele permanece em destaque na mesa da sala, em que o admiro e leio de novo para recordar, em que sorrio e percebo que...
vale a pena esperar!

domingo, 8 de março de 2009

Feliz Dia da Mulher



... para todas as Mulheres!!
Um beijo em especial para as Mulheres que fazem parte da minha vida: a Amália, as 2 Anas (Norte e Sul), a Fer, a Mary, a Maga, a M.S.,
a Neia e em especial às duas mulheres que são os pilares da minha vida, a minha Mãe e a minha Avó (que me ofereceu esta flor).

"Uma mulher bonita não é aquela de quem se elogiam as pernas ou os braços, mas aquela cuja inteira aparência é de tal beleza que não deixa possibilidades para admirar as partes isoladas."
Lucius Annaeus Seneca (4 a.C. -65 d.C.)