quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Vampiros


Pela face dela corriam lágrimas silenciosas, lágrimas de resignação, lágrimas de saudade de um tempo que nunca existiu, se é que isso é possível!
No fundo, ela sentia o vazio daquele espaço neutro em que se encontrava como se fosse dela própria, nenhuma daquelas paredes tinha um significado, podia ser tudo e nada ao mesmo tempo.
Ela procurava a cor naquele espaço monocromático como se tenta encontrar uma agulha num palheiro e no final ela própria se sentiu parte daquele espaço e se deixou arrebatar como se não tivesse outra escolha.
Naquele lugar, toda a sua luz e alegria eram roubadas, toda a sua força em acreditar na mudança, foi-se o esboçar do sorriso e veio a dor de se sentir só... como um vampiro que nos suga o sangue, naquele lugar toda a sua energia era levada para um lugar longínquo e a porta ganhava a forma de uma janela alta que lhe fazia perder a vontade de saltar.
Às vezes é preciso perceber que as quedas que nos permitem sair de um lugar infeliz, por muito que magoem, são preferíveis a viver eternamente com falta de luz.
E um dia todo o cinzento ganhará a sua luz original!

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