Fonte: João Figueiredo
Perdemos a primazia de certos instantes, porque a vida assim nos obriga... desta vez foi excepção.
Não importa sermos os primeiros, é verdade, mas importa que façamos aquilo que realmente nos dá prazer e ir a uma exposição do João Figueiredo é algo que me faz sempre bem.
Consigo ficar imenso tempo a olhar cada quadro e adoro ver e rever. Há sempre tanto que nos escapa ao primeiro olhar, existem outras coisas que nos escapam nos restantes e ainda outras que não se desvendam...
Aqueles quadros têm vida, têm história, têm uma alma própria que lhes é passada pela mão do artista que lhes dá vida.
Não consigo explicar bem de onde surgiu a enorme admiração que tenho, mas é como acontece com as paixões, não se explicam! A verdade é que a minha primeira grande paixão está pendurada na minha sala.
Mas voltando a "Don't tell me the truth", é uma exposição que desvenda os segredos de alguns casais... não precisam de ser casais específicos, são casais nesta vida, milhares de casos... Os pormenores que desvendam esses segredos são sublimes e fazem-nos sempre ir mais além! São escolhidas aleatoriamente obras, dos mesmos autores ou não, e os homens e mulheres são reinventados e contam uma história sempre aos pares, excepto o quadro acima, que dá nome à exposição e que é foi o que deu início à ideia para esta exposição! Todos temos segredos e não existem relações perfeitas, esta exposição assim o demonstra!
Aquilo que parece, nem sempre é aquilo que é... "A verdade dói e pode estar errada" escreveu João Negreiros e se na verdade não soubéssemos toda a verdade acerca daqueles que amamos, não poderia ser o nosso amor, mais calmo e até mesmo mais perfeito? Para quê saber-se tudo, para quê tingir as histórias com cores que não lhes pertencem?!
Nestes últimos meses tenho pensado imenso nisso e na história que foi minha "Pouvez-vous m'aimer?" a resposta que tive foi "Flamboyant ces't moi", mas se pudesse escolher a partir desta exposição, eu seria "The Master" e teria a meu lado "The believer" pois apesar dos segredos que existem... cada um fica com os seus e a ligação permanece.
É uma exposição que aconselho vivamente, até porque as fotografias, por muito boas que sejam, não nos dão a dimensão e o brilho de olharmos os quadros de perto.
Até 10 de Abril na Câmara dos Azuis
Avenida Elias Garcia 157 A/B
Lisboa
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