sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O Avarento

Questões pessoais quase resolvidas e mais uma correria para chegar a horas à estreia da peça O Avarento. Nem todos puderam chegar a tempo...
O Avarento tem como personagem central o
Harpagão, uma personagem com vestes que o caricaturam por si só e que vive quase enclausurado em casa como guardião daquilo que mais preza na vida, o seu tesouro. Cleanto e Elisa, filhos de Harpagão vivem à mercê da piedade dos que conhecem a avareza daquele pai, até que um dia inesperadamente ele lhes comunica que se apaixonou e pretende casar com Mariana, a amada de seu filho Cleanto. A partir daí desenrolam-se as cenas caricatas, a intriga, a tragédia, a astúcia, a malvadez, a frieza...

"Harpagão tem imperfeições, coisas ridículas, hábitos, tiques, todos eles associados à sua grande paixão, mas que lhe dão espaço de jogo, que são, por assim dizer, pequenas fissuras no bloco do carácter. Ele é colérico, e os seus acessos de cóleras fazem com que tussa, porque sofre de catarro. Ele é medroso, inquieto, lamuriento. É hipócrita e pérfido. Gosta de inventar histórias. É ingénuo. Finalmente, não sei como, apaixona-se. (...) É graças às suas pretensões amorosas que melhor nos damos cota, e de uma forma divertida, da desumanização de Harpagão. É nas partes "amorosas", que o grotesco é levado ao extremo, chegando mesmo a raiar o odioso, e que a personagem, ultrajada por manipulações, apoquentada, empurrada, derrubada, se mecaniza e se aproxima do fantoche."
Jacques Copeau (retirado do Manual de Leitura)


Para quem acima de tudo na vida pôs o dinheiro, só podia esperar um final.
Por coincidência, as caixas multibanco estiveram em sintonia com a temática desta peça e não davam dinheiro a ninguém... os bancos a guardar os seus tesouros.

Sem comentários: