sexta-feira, 13 de novembro de 2009

São fases...

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Senti que precisava de um tempo, senti que as palavras não saíam da mesma forma, a minha alegria não era a mesma e até a tristeza se tinha transformado em algo que desconhecia. Senti que queria escrever, mas os meus pensamentos começavam a atropelar-se, até que parava e decidia sempre, por dias e dias, não escrever uma única palavra.
Limitei-me a ler o que os outros escreviam, a sublinhar o que me interessava, a viver como podia, a sorrir por vezes, a chorar muitas vezes e a deixar que o tempo ajudasse a suavizar as angústias e me ensinasse que as fases da vida, as boas e as más, têm uma determinada duração e que cabe a cada um fazer o melhor que puder para mudar para o estado que nos faz sentir melhor.
Para quem me conhece,
é indiscutível, que o meu melhor estado, é a alegria e o sorriso estampado no rosto, não só porque é isso que me faz feliz, mas também porque assim transmito aos que me rodeiam algo de bom. A minha forma irónico-sarcástica de reagir às adversidades vai-se mantendo, embora precise ainda recuperar um pouco a velha forma. O bem-estar também chega, com os seus altos e baixos... até que me retenho num pensamento "um dos meus sonhos está perto de ser realizado!", parece que aí tudo muda e só me sei sentir bem e feliz...
Ontem o Mister disse-me que eu era um "livro fechado", "uma caixinha cheia de surpresas"... sim, talvez seja, mas sou acima de tudo sincera naquilo que digo, não finjo ser o que não sou, mas às vezes sou aquilo que não devia ser!
Todos nós, passamos por fases em que não nos reconhecemos... eu passei por essa fase, mas volto a encontrar-me comigo e sei que apenas quero continuar a ser aquilo que sempre fui!
Aprendi com cada acto meu, com cada pedaço de dor, com cada lágrima, com cada abraço que recebi, mas sobretudo aprendi a aceitar a "derrota", e a aceitar que às vezes não é mesmo a altura certa para vivermos algo ou às vezes aquela não é a pessoa certa.
No entanto, o que de mais importante recebi depois de tudo, foi a compreensão e a noção da grandeza do sentimento que partilhava com alguém, nunca pensei que pudesse ser tão sincera, transparente com alguém, ao mais profundo de mim, nunca esperei partilhar tudo aquilo e sentir o aconchego que senti. Fica alguma tristeza por tudo aquilo que nunca mais poderá ser, mas sigo muito feliz, por tudo aquilo que um dia foi e que não poderá ser igualado.

"Pode sempre explicar-se o drama de uma vida através da metáfora do peso. Costuma dizer-se que nos caiu um fardo em cima. Carregamos com esse fardo, suportamo-lo ou não o suportamos. Lutamos com ele, perdemos ou ganhamos."

Assim como aconteceu com Sabina no livro do Kundera, o que se abateu sobre mim, não foi um fardo, mas a insustentável leveza do ser!

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