Henry, um dramaturgo dividido entre duas actrizes, Charlotte e Annie, é o protagonista desta tragicomédia em que Tom Stoppard usa o teatro dentro do teatro para lançar no palco um debate sobre as ideias-feitas de fidelidade, realidade e talento.
Assim Stoppard "respondeu" aos críticos que o acusavam de não escrever sobre sentimentos, sobretudo sobre amor.
Sob a metáfora de um castelo de cartas, amor, sofrimento, ciúme e alegria transfiguram o palco, figurando a vidas e os jogos de enganos e desenganos em que as pessoas se conhecem e dão a conhecer. Quando poderemos dizer que "agora é a sério"?
Nas várias opções que a cidade de Lisboa nos oferece, escolhi esta peça que tinha estreado dia 29 Abril, pelo elenco e pela história em si. Valeu a escolha.
Tive uma tarde perfeita a anteceder o espectáculo em que eu própria me ouvi dizer a alguém, que talvez as escapadelas servissem para olharmos para os nossos relacionamentos com outros olhos e nos ajudassem a dar mais valor às pessoas que temos ao nosso lado. Se acredito nisso?! Não a 100%, mas aquele talvez fosse o caso! Conseguir compreender as razões da infidelidade não quer dizer que queira isso para mim, sendo traída ou traindo.
Prefiro ver as situações como momentos... apenas e só, momentos em que ninguém quer roubar a felicidade alheia, apenas acrescentar algo. E sim, sou feita de outra matéria que não aquela que aceita bem que a pessoa ao meu lado se ande a divertir por aí com outras debaixo do meu nariz...
Acredito na monogamia e pratico-a quando estou num relacionamento, mas que esta peça nos demonstra bem a facilidade com que hoje em dia construímos relações à volta da própria relação, não há que esconder. Prefiro ser avestruz e enfiar a cabeça na terra, para não ver tão nitidamente essa realidade e o que mais me importa é que a pessoa ao meu lado me trate muito, muito bem!
Adorei ter a companhia do Mister, como sempre aliás, é um verdadeiro amigo, que merece ser feliz, sempre!
E eu, hoje, dia 30, compreendi que há coisas que poderiam durar a vida toda, mas que simplesmente o meu coração não merece ter tão pouco... sou amiga, sou mulher, sou Humana!