quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Bomba - Quintas de Leitura


dança Hurra! Arre! (versão Boca de Cena)
Coreografia
de Luís Guerra

Interpretação de Tânia Carvalho e Luís Guerra
Desenho de luz de Anatal Waschke

Hurra!” é apresentado como um “grito de entusiasmo ou saudação, sobretudo em brindes”. Por sua vez, “Arre!” é descrito como “expressão para incitar as bestas a caminhar”. Luís Guerra, que assina a coreografia, responde-nos que este é um brinde à “dança enquanto expressão artística” e que as bestas aqui assumem o corpo de duas bailarinas para nos incitarem a fazer “o caminho dos sentidos”. “Queria criar um ambiente cenicamente simples para destacar os movimentos e a abstracção da própria dança.”
Para mim, muito bem feito, uma sincronização q
ue cativa e mantém o olhar atento do espectador... algum sobressalto... mas dei por mim a querer andar e repetir alguns movimentos.

poeta convidado
valter hugo mãe

leituras Adolfo Luxúria Canibal, Isaque Ferreira, Rui Spranger, Sandra Salomé e Valter Hugo Mãe

"cinco, o menino jesus aprende a falar subitamente, o menino jesus disse, mamã, papá, e correram para ali maria, josé e deus e puseram-se a disputar o melhor lugar para contemplarem a criança. o menino disse, saiam-me da frente, já sei andar e quero ir à terra ver como estão os homens aflitos com as asneiras divinas." valter hugo mãe
O texto, para mim muito divertido e que gostaria de ver e cena, foi apenas "interrompido" que não é bem o termo, pelo violino de Ianina Khmelik que interpretou em 2 momentos distintos: Allemande de Partita n.º2 D Minor de J.S. Bach e Rock violin solo - 1983 - arranjo de canções de Jimmy Hendrix. Nestas 2 pausas por assim dizer, arrepiei-me com aquele som de uma beleza divina ou divinal.
Durante as leituras e música, passaram na tela fotos de Nelson D'Aires, Vencedor do Prémio FNAC "Novos Talentos" em 2006. Nelson é um autodidacta que teve a sua primeira câmara em 2003, um ano depois de ter pegado numa pela primeira vez. Em 2005 deixou o trabalho de 10 para se dedicar aquilo que se revelou num talento. Fez bem, digo eu!
No final da I Parte, Valter Hugo Mãe, falou de si, da sua história, de Mário Cesariny e fez-nos rir com o seu jeito tímido, mas muito humorado de contar como conheceu o pintor e poeta e como eram as suas visitas à casa de Cesariny. Saímos para intervalo, não sem antes ouvirmos 2 parágrafos do novo livro de Valter Hugo Mãe "máquina de fazer espanhóis", lidos com muita emoção pelo próprio, afinal custa sempre falar de quem já se foi. Fica na minha lista de livros.
Na II Parte assistimos ao concerto de Tigrala ((Norberto Lobo, Guilherme Canhão e Ian Carlo Mendonza), que me eram desconhecidos. Confesso que mexeu muito comigo aquele "som", não sei se foi por ter recebido uma mensagem que me deixou bastante tensa, ou apenas porque seria preciso ir mais além para se gostar, por assim dizer, deste género de música. Talvez não tenha essa sensibilidade artística para dizer que gostei, o certo é que fiquei até ao fim.

Fotos de Sara Moutinho retiradas deste site.

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