sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O Ano do Pensamento Mágico


Viver em Manhattan é um sonho. Viver no Upper East Side é um sonho dentro do sonho. A casa é de sonho e de uma elegância que tem pouco a ver com a vulgaridade das lojas de estilistas nos passeios lá em baixo (Yves Saint Laurent e Tom Ford as mais próximas). O sonho é aquilo que fica, mesmo se já não estão as pessoas que o sonham.

Susana Moreira Marques
Excerto de “Quem é Joan Didion”. In O Ano do Pensamento Mágico

Sexta-feira, um dia como outro qualquer, uma noite fria como as que antecederam, mas foi ali, naquela sala aquecida do teatro, que o frio começou a entrar dentro de mim, apoderando-se dos meus pensamentos e tornando a sensação de perda algo tão real, que saí de lá com saudade daqueles que felizmente ainda me acompanham... porque como Eunice dizia sentada naquele cadeirão imponente "aconteceu-me a mim, mas poderia ter acontecido a qualquer um de vós".
É bem verdade... e quando a dor se torna tão grande, quando a perda se torna tão evidente, não teremos nós a tentação de fugir dela e fingir que nada aconteceu?
"vou deixar os sapatos, porque quando ele voltar vai querer usá-los!"
Temos tendência para manter as coisas daqueles que partiram como se isso fosse o indício mais forte da presença física ilusória.
E espero ter oportunidade de dizer àqueles que amo, ainda em vida:
"Amo-te mais do que apenas mais um dia" assim como fui capaz de te dizer a ti...

2 comentários:

Paula Abreu Silva disse...

Já tinha gostado de ler "O Ano do Pensamento Mágico" de Joan Didion ... a forma como ela escreve sobre a dor da perda é real, muito real.

Quanto à peça de teatro ( e numa tarde também extremamente fria ) gostei da simplicidade da cenografia, da narrativa, do tema musical, mas sobretudo da interpretação única desta grande artista que é Eunice Munoz.

Este Domingo vou ver "A Mãe" de Bertolt Brecht. ;)

Bjinhos

Lou Salomé disse...

Concordo!! Quanto à proxima peça, aguardo a apreciação no blog! Não está na lista das próximas reservas, mas nada como ler a opinião de alguém! :-)
Para sexta-feira, "A Febre" de Wallace Shawn com interpretação de João Reis.
Também pretendo ver Electra, de Olga Roriz, que vai estrear aí, dia 28 Janeiro no Teatro Camões! A não perder (digo eu)! :-)
Bjinhos