terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Destruição

Procuro-te na escuridão deste quarto,
deixo-me guiar no breu pela imaginação da tua respiração, a cada canto inverso ao meu,
tento tocar-te, mas escapas-me sempre,
foges com altivez, não deixas rasto.
Caio inúmeras vezes,
tropeço nas cadeiras antes inexistentes,
nos candeeiros de pé que se quebram.a meus pés.
Sinto que neste escuro tudo que me rodeia é destruição
e nem sinal de ti a não ser a respiração que juro ouvir...
Sinto o teu cheiro presente,
começo também a perceber a tua malícia,
o teu gosto em ver tudo aquilo que eu não consigo ainda ver (sem luz).
Imagino-te a sorrir neste momento...
agora que me encontro no chão a tentar fugir dos cacos espalhados.
Percebo que tenho sangue nas mãos,
mas não sinto dor,
a única sensação é a sofreguidão em tocar-te,
é querer a todo o custo que sejas tu a acender a luz,
a acabar com esta tortura...
sorridente como sempre,
ironicamente preocupado assim que as luzes te desvendam o rosto.
E eu acredito na tua bondade...
mais uma vez...
Até um dia!!

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