terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Frágil

 
Frankfurt 2008

Esqueci-me de te dizer que o meu coração era FRÁGIL!
Achei que ias perceber... que o ias tratar com carinho quando soubeste que grande parte dele te pertencia... mas hoje percebo que tu nunca soubeste realmente o quanto ele te pertencia e por isso, talvez, não o tenhas "transportado" com o cuidado necessário ao longo deste anos!
Estou a preencher o puzzle para ter a "tua parte" de volta... conforta-me a calma que sinto e apesar disso não deixa de me entristecer que tenhamos dito "Adeus" sem palavras, sem um abraço, sem olharmos nos olhos! Sei que um dia vou perceber que foi a única forma possível, hoje ainda não estou bem certa, mas já não me perturba!
Quando um não quer, dois não discutem e como tal, resigno-me à tua vontade, que já foi minha... um dia que não hoje!
Prefiro ficar com as minhas lembranças boas, com a minha esperança na mudança, com a minha força de acreditar que devemos lutar sempre pelo que achamos que vale a pena, até percebermos que não dá mais... tu valeste a pena para mim, cada dia, cada instante que vivi, que partilhei apenas e só, porque tudo o que fiz, foi com amor.
Fui obrigada a defender-me diversas vezes lembrando-te cada pormenor, cada surpresa, cada atenção especial... não para cobrar, mas para que pudesses perceber o quanto gostava de ti. Cortava-me o coração quando dizias que tudo foi mau, que eu não gostava assim tanto de ti e obrigavas-me a citar o que nunca devia ter sido dito ou lembrado, para te tentar mostrar o que afinal nunca poderás ver!
Podia sentir que foi tempo perdido, que estes 7 anos podiam ter sido bem diferentes, que eu deveria ter ficado longe, cada vez que me propus a tal e nunca ter cedido quando me pediste para voltar, mas não estaria a ser justa, nem com a história, nem com o meu coração! 
É triste chegar a uma altura em que pedir desculpa já não resolve nada e não me conforta saber que desta vez não fui eu que fiz algo para isso!
Apesar de toda a esperança depositada numa relação que nunca cheguei verdadeiramente a ter, consegui aguentar muitas coisas que me feriram, como por exemplo, quando desabafavas comigo acerca das tuas namoradas e uma vez referiste que nunca ninguém te tinha amado tanto como a tua ex-namorada... fiquei gelada, mas não disse nada e depois, uns instantes depois, olhaste para mim e disseste:
-Oh, desculpa, além de ti, claro!
E eu, fui buscar aquele sorriso e disse-te:
-Não te preocupes, sei que estamos a falar das pessoas que tu também amaste...
No fundo, quem era eu?! Apenas uma não-relação, alguém que sempre esteve lá, nos bons e nos maus momentos, que tentou a todo o custo perceber porque é que eu, que fazia contigo tudo o que uma namorada faz, nunca o cheguei a ser! Alguém que chorou contigo quando me falaste das tuas desilusões, dos teus amores, alguém que te disse para ires atrás se sentias que era algo mal resolvido, porque senão nunca serias feliz, alguém que te disse que ficava do teu lado, apesar disso.
Eu fui acima de tudo tua amiga, mas não poderia abandonar a minha tristeza quando depois de me tratares com todo o carinho e eu achar que era daquela vez que ia resultar e uma semana depois, tu me abraçavas e beijavas nas escadas rolantes a caminho do cinema e falavas da tua namorada! Namorada??! Mas há uma semana já tinhas namorada??! Como era possível!!!
Nunca percebi, nunca perceberei isso e muitas outras coisas que já não importam!
Fiquei, porque quis e porque me pediste... fiquei porque o meu coração ainda sentia esperança em ti, em nós!
Agora já não sente esperança nesse relacionamento, mas sentia naquilo que eu pensei que nunca iria morrer, a Amizade e a esperança que a luta que sempre fiz para superar esta vontade de "um amor para a vida" e tornar-me apenas e só, amiga, tivesse valido a pena! Na verdade se achasse que não fazia sentido ter-te na minha vida, se não me fizesses falta, há muito teria baixado os braços...
Se tivesse desistido, tenho a certeza que a minha vida teria sido muito diferente, não sei se melhor ou pior, apenas diferente! Não me vou arrepender de nada, porque não faz parte de mim viver com ressentimentos.
Hoje não me despeço de ti, de nós ou da nossa história... deixo apenas um Até já ou Até Sempre!!
Nota: e hoje não é a Lou que assina, mas a Di!
 
Imagem integral do 25h Hotel em Frankfurt

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